40ª PARASHÁ BALAK

RESUMO

Após as vitórias conquistadas e narradas no final da porção de Chukat, os Filhos de Israel chegam à fronteira do reino de Moab e seu rei, por temor de ser derrotado pelos Filhos de Israel, manda chamar um profeta chamado Bilam.

Encarregado por BalaK, rei de Moab, Bilam concorda em fazer uma viagem ao acampamento do povo de Israel. Antes de empreender a viagem ele pede permissão a D’us, a qual lhe é concedida sob a condição de que falará somente o que Ele colocar em sua boca.

Durante a viagem ao local do acampamento dos filhos de Israel, um anjo agitando uma espada bloqueia a passagem de Bilam por diversas vezes, fazendo com que seu jumento saia repetidamente da estrada.

Incapaz de ver o anjo, Bilam reage golpeando o jumento três vezes, até que D’us faz com que o animal fale com Bilam e remove as “cascas” dos seus olhos para que ele possa ver o anjo no caminho. O anjo então relembra Bilam de que poderá proferir somente as palavras que D’us colocar em sua boca.

Ao ver o acampamento, Bilam tenta repetidamente amaldiçoar o povo; a cada vez o Criador o impede de fazê-lo e ele ainda acaba pronunciando diversas bênçãos e louvores contrariando Balak, rei de Moab. O rei dispensa o perverso profeta que revela ao soberano qual será o final dos dias para seu povo e estimula aos Filhos de Israel com a promiscuidade.

Essa porção da Torá conclui com os atos de promiscuidade dos homens do acampamento com as filhas de Moab e Midian e o licencioso ato público de Zimri (um príncipe da tribo de Shimon) com uma princesa midianita.

Pinchas, o neto de Aarão, zelosamente reage, traspassando o casal com uma lança e contribuindo para cessar a praga que assolava o povo de Israel.

REFLEXÃO

Balak, Rei dos moabitas, fica assustado com a notícia de aproximação do “povo que se libertou do Egito” e convida Bilam, um mago muito respeitado da época, para amaldiçoar o povo de Israel em troca de honras e recompensas.

Balak sabia que a vitória na guerra não dependia de força física, mas sim de méritos espirituais. Ele representa uma força que surge dentro de nós, tentando o tempo todo nos desviar em direção à nossa má inclinação, utilizando-se de diferentes ferramentas para nos seduzir. Bilam era um profeta muito poderoso, mas poder não é sinônimo de elevação espiritual.

Bilam tinha o ayin hará (mau olhar) e lançava um olhar destruidor para tudo o que desejasse. Entretanto, a Cabala nos ensina, que somente a nossa própria má inclinação pode abrir o receptor para qualquer tipo de energia destrutiva.

“E disse D’us a Bilam: Não irás com eles; não amaldiçoarás o povo, pois ele é bendito” (Balak 22:12) 

Entretanto, Bilam pede novamente uma inspiração Divina: “E veio a palavra de D’us a Bilam de noite e disse-lhe: Se para te chamar vieram os homens, levanta-te, vai com eles; mas somente a coisa que Eu te disser, isso farás” (Balak 22:20)

A Cabala nos ensina que recebemos contínuas mensagens do Universo que teimamos em não ouvir. Muitas vezes, diante de um desafio, sabemos que tomamos a direção errada, mas encontramos um “argumento lógico” para justificar nossa escolha. Temos que tomar cuidado e verificar sempre nossos “verdadeiros interesses” (desejos) para termos certeza de que não estamos constantemente escutando apenas o que nosso ego gostaria de escutar.

A porção de Balak não enfatiza apenas um dilema entre bênção e maldição, mas aborda a utilização das ferramentas da Cabala, apenas com o desejo de receber para si mesmo. As ferramentas têm como objetivo nos fortalecer, para conseguirmos fazer as transformações necessárias e nos aproximarmos da Luz e do estado de plenitude.

Bilam tinha o “conhecimento espiritual” e somente por “medo”, em vez de amaldiçoar o povo de Israel em troca de honras e recompensas oferecidas por Balak, ele acaba por abençoa-los. Porém sua intenção não é verdadeira, suas palavras não vinham do coração. Num pacto verdadeiro com a Luz do Mundo Infinito, a conexão tem que ser de amor e respeito e não de medo.

UMA SEMANA ILUMINADA PARA TODOS! 

CRISTINA TORRES

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