Após as vitórias conquistadas e narradas no final da porção de ChuKat, os Filhos de Israel chegam à fronteira do reino de Moab.
Balak, Rei dos moabitas, fica assustado com a notícia de aproximação do “povo que se libertou do Egito” e convida Bilam, um mago muito respeitado da época, para amaldiçoar o povo de Israel em troca de honrarias e recompensas.
Bilam era um mago muito poderoso, mas poder não é sinônimo de elevação espiritual. Ele tentou repetidamente amaldiçoar o povo de Israel, mas acabou pronunciando diversas bênçãos e louvores contrariando Balak, rei de Moab.
A porção de Balak não enfatiza apenas um dilema entre bênção e maldição, mas aborda a utilização do conhecimento espiritual apenas com o desejo de receber para si mesmo.
O desejo é chamado Balak e a intenção é chamada de Bilam.
SOBRE O DESEJO
Observação: Aproveito esse momento para explicar que utilizo alguns termos que fazem parte da teoria psicanalítica, mas com uma outra abordagem.
O ser humano tem o desejo permanente de satisfação. Algumas necessidades são básicas e comuns a todos nós.
Pessoas necessitam de alimento, água, descanso e segurança contra tudo aquilo que ameaça a sua existência. Para satisfazer essas necessidades mais básicas surgem outros desejos como riqueza, poder, conhecimento, aceitação, interação, afeto.
De acordo com a sabedoria da Cabalá, a essência de todo desejo não é apenas material – tudo o que queremos pode ser resumido por um desejo de realização, que os cabalistas deram o nome de plenitude.
Esse desejo de completude do ser humano se expressa de várias maneiras revelando uma busca visceral e permanente. Essa necessidade simplesmente existe!
O desejo, chamado Balak, não pode fazer nada por si só. Um desejo é apenas isso: “um desejo” desprovido de qualquer força.
A energia é encontrada na intenção (consciência), que dirige o desejo e com ele funciona.
Devemos verificar sempre nossos “verdadeiros interesses” (desejos) para termos certeza de que não estamos escutando a voz da inclinação negativa, que é parte integrante do ser humano.
Uma ótima semana para todos.
Cristina Torres