41ª PARASHÁ DE PINCHAS

A porção desta semana da Torá fala sobre Pinchas, que através de sua ação, coloca fim a uma terrível praga que estava destruindo o povo de Israel.

Esta Parashá nos conecta com a mais importante energia de cura do ano. 

Quando falamos de cura na Cabalá, não estamos nos referindo apenas ao nosso corpo físico. A doença é um sinal de desequilíbrio que pode se manifestar como pobreza, separação, solidão, uma família desestruturada ou como uma doença no coração.

A doença existe para que o ser humano procure o remédio. Sem o querer curar-se, o remédio em si não irá ajudar.

O sintoma quando é liberado do valor negativo (sem julgamento), pode se transformar em um excelente indicador de caminho.

O primeiro passo para a cura é assumir a responsabilidade e saber que, em algum momento desta vida ou de uma vida passada, plantamos a semente que causou o desequilíbrio.

Pinchas utiliza uma atitude bem radical, para proteger o Mundo e fechar a ruptura espiritual causada pela violação das leis espirituais.  Seu nome, em hebraico, tem o mesmo valor numérico de Isaac, o patriarca que representa a energia de Guevurá na Árvore da Vida (restrição, severidade, limite).

Guevurá reflete a nossa capacidade de dizer “não” para muitas coisas, reforçando a importância de não compactuarmos com a inclinação negativa.

Devemos pensar no episódio além da aparente violência. Pinchás utiliza a da força (Guevurá) na instauração do equilíbrio. Fazer o que “deve ser feito” nem sempre é fácil. Não sabemos o que uma única atitude é capaz de gerar.

Através de uma atitude radical e impopular, Pinchas poderia perder o direito ao sacerdócio, mas ele não pensa em si mesmo e assume a responsabilidade. Ele não fica no papel de vítima ou de mero expectador e faz o que deve ser feito, sem medo ou raiva e sem a preocupação com a opinião dos outros. Ele queria afastar a energia de mortificação presente no acampamento e restabelecer o equilíbrio.

O Zohar diz que após este ato de Guevurá, a Torá refere-se a Pinchas como o filho de Elazar, filho de Aarão, o sumo sacerdote que simbolizou o papel de pacificador do acampamento durante a caminhada no deserto. 

A Cabala nos revela que a chave do ato de Pinchas é que ele não pensou em si mesmo, seu único objetivo foi de doação. Ele representa nesta passagem a essência do equilíbrio entre as duas polaridades da Árvore da Vida, a cura em seu sentido mais amplo.

Durante a semana, tenha em mente qual o aspecto de sua vida que necessita de uma energia de cura e qual a transformação necessária para ter o mérito de ser curado.

Que toda a humanidade seja abençoada com a energia de cura!

Cristina Torres