Nesta semana começamos o quinto e último livro da Torá. Conhecido como a revisão da Torá, o livro de Devarim faz um resumo de tudo que já foi exposto nos quatro livros anteriores. Seu conteúdo foi transmitido por Moisés durante as cinco semanas finais de sua vida, enquanto o povo se preparava para cruzar o Jordão e entrar na Terra de Israel.
A Parashá Devarim começa com a censura de Moisés, fazendo uma referência às numerosas transgressões dos quarenta anos anteriores, relatando os incidentes mais significativos que ocorreram com o povo de Israel no deserto.
Moisés fala da missão dos espiões que foram enviados para investigar a terra e voltaram com um relatório negativo. Devido à falta de confiança do povo, D’us condenou toda a nação a vagar por quarenta anos no deserto, tempo durante o qual a geração do êxodo morreu.
Moisés então avança para discutir a conquista dos Filhos de Israel da margem leste do Rio Jordão. A Porção da Torá conclui com palavras de encorajamento para Josué, o sucessor de Moisés.
REFLEXÃO
Esta porção marca o início do último livro da Torá, chamado de Devarim. É um texto composto principalmente pelas palavras de despedida de Moisés antes de sua morte. Ao saber que sua vida chegava ao fim, sua única preocupação era com seu povo. Recordou muitos acontecimentos dos 40 anos no deserto e aproveitou para “chamar a atenção do povo” para alguns dos graves erros cometidos. Foi uma “bronca” sutil porque Moisés tenta conduzir aquelas pessoas a uma reflexão sobre seus atos, para que realizassem o tikun (correção).
Sabemos que na maior parte do tempo, estamos cometendo hoje os mesmos erros que cometemos no passado. De acordo com a Cabalá, se não mudamos nossa consciência, nossas vidas não mudam. Devarim nos fornece a energia para modificar nossa experiência de vida, modificando nossa consciência.
Quantas vezes aprendemos algo em uma aula de Cabalá que realmente nos inspira? Porém, quando voltamos a nossa rotina diária simplesmente “esquecemos” e não conseguimos agir de acordo com aquilo que aprendemos apenas um dia antes. Se criarmos o hábito de separar, diariamente, um pequeno espaço de tempo para reflexão, imagine como seria mais duradouro o impacto que teriam as lições que nos inspiraram.
Outra frase interessante desta Parashá é quando o Eterno diz que sozinho não poderá tomar conta de nós. Isto significa que a “Luz” não pode nos tirar de um estado limitado de consciência, isto depende da nossa vontade, do nosso desejo.
“Tomai para vós homens sábios e inteligentes e conhecidos das vossas tribos e colocai-vos por vossos chefes”.
Aprendemos ainda nesta semana que estas devem ser as forças “cabeças” na vida de todo ser humano:
A Sabedoria, onde surge a inspiração;
O entendimento, onde interpretamos essa inspiração em pensamentos concretos e idéias;
O conhecimento, onde expressamos essa verdade interior para o mundo exterior, a responsabilidade de influenciar o Mundo, compartilhando nosso conhecimento, nossa experiência.
Estes três atributos devem caminhar juntos. A aceitação pura, sem reflexão, sobre uma sabedoria espiritual deve-se a um impulso emocional e neste caso somos facilmente manipulados.
UMA SEMANA ILUMINADA PARA TODOS!
CRISTINA TORRES