PÊSSACH – A SAÍDA DO EGITO

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PÊSSACH – A SAÍDA DO EGITO

Início ao pôr do sol de 12/04/25 e término ao início da noite de 20/04/25

O livro de Êxodo conta a famosa história de Moisés e a libertação do povo de Israel da escravidão no Egito. Pêssach é o nome da fenda cósmica que celebra essa libertação.  Para Cabalá, não se trata da saída de um lugar, mas sim de um estado de consciência de escravidão para um estado de libertação. A palavra Egito, em hebraico, é um código para a manifestação da nossa inclinação negativa, do comportamento instintivo (reativo).

Existem muitas coisas diferentes em nossas vidas que nos bloqueiam (egoísmo, inveja, raiva, culpa, depressão, medo, dúvida…), todas obviamente ligadas ao ego – o “eu” dentro de nossa consciência que nos afasta do Sagrado, da nossa essência.

A liberdade é o estado de consciência que permite  o domínio sobre essas limitações e nos liberta de todas as formas de caos.

Em Pêssach, a lua cheia de Áries, o Universo apoia a capacidade de identificarmos as limitações e bloqueios que limitam nossa evolução. Adquirir  domínio sobre o ego, permite remover o caos da nossa vida para nos tornarmos cocriadores da nossa história. Devemos perceber que a liberdade só é possível quando assumimos a verdade sobre as questões que nos limitam.

É importante lembrar que Unicidade é a essência dos ensinamentos da Cabalá e o objetivo final é o Tikun Olam (Correção do Mundo), a saída do Egito global.

Viver no Egito (Mundo das limitações) é valorizar a forma ao invés do conteúdo é estar preso a uma realidade ilusória e subjetiva. É achar que “algo” fora determina quem somos ao invés de acreditar que é a nossa natureza interior que molda a realidade ao redor.

A energia cósmica que existe nesse momento, torna evidente todas aquelas coisas sobre nós que não queremos ver.  A importância desta percepção é clara: se não soubermos que a negatividade está presente, não podemos nos livrar dela.

CHAMETZ E MATZÁ

Durante oito dias de Pêssach, eliminamos o fermento (chametz) da nossa alimentação e o pão é substituído por Matzá, o pão ázimo, feito apenas de farinha e água e assado antes que a massa fermente. 

O processo de produção da matzá deve ser de 18 minutos, desde o instante em que se mistura farinha e água, até estar completamente assada. Se passar disso, o alimento é considerado “chametz”, pois se terá iniciado o processo natural de fermentação – elementos externos (microrganismos) encontrados no ar atuam na massa e interferindo  no volume, textura e no gosto do alimento.

Segundo a Cabalá, a matzá representa o homem com domínio sobre suas inclinações e não permite que as pressões externas determinem seus atos. Essa energia de restrição é uma ferramenta para que possamos conter e manter (sustentar) essa energia durante o ano todo.

Observação: Em hebraico, o número 18 equivale, numericamente, à palavra “chai” que significa vida.

SEDER

Na primeira noite de Pêssach, a conexão acontece com o Seder, uma refeição especial e a leitura da história que conta a saída do Egito. Seder significa ordem – uma conexão que nos ajuda quebrar o domínio do ego e remover todo e qualquer caos de nossa vida.

Tudo inicia com o prato do Seder (Keará), que é uma “miniatura” do mundo físico e espiritual. Todos os itens do Seder estão relacionados às forças espirituais das dez sefirot e das dez pragas do Egito.

Durante todo ano, o oponente interno (ego) tenta nos manter presos, controlando nossos pensamentos, emoções, desejos e impulsos. Lembre-se de que o ego não tem poder próprio – sua força é alimentada através do nosso comportamento egocêntrico que busca sempre uma satisfação imediata e nos afasta da Luz.

A física moderna nos fala que a energia não se dissipa ou desaparece. A mesma energia espiritual de liberdade retorna todos os anos na noite de Pêssach

Liberte-se do ego!!!

TIKUN OLAM

A sabedoria Cabalística revela que os desafios que enfrentamos com o sustento, nos relacionamentos, na saúde ou no nosso bem estar emocional são impulsionados pelo ego (limitações). No entanto, os cabalistas não veem esses desafios como uma punição pelos erros cometidos, mas como oportunidades de aprendizado e evolução.

Como o conceito de Unicidade é a essência desta sabedoria e o indivíduo faz parte do todo, precisamos compreender que o ego individual nutre a “escuridão” global, que se manifesta através de terremotos, tsunamis, tufões, desastres naturais, intolerância, violência, guerra e pandemias. Essas limitações alimentam a dúvida e o ceticismo, que reforçam mais ainda a escuridão.

Assumir a responsabilidade, sem o sentimento de culpa, é o primeiro passo para fazer qualquer transformação em si mesmo e no mundo.

AS MULHERES DE PÊSSACH

Quem são essas mulheres um pouco esquecidas na celebração de Pessach?

Yochevet a mãe de Moisés;

Shifra e Puá, as duas parteiras;

Miriam a irmã de Moisés;

Batya a princesa Egípcia, filha do Faraó;

Tzipora a mulher de Moisés.

Moisés não poderia liderar a Libertação do Egito sem a atuação de cada uma dessas mulheres, com suas  diferentes funções e personalidades.

Independentemente de suas origens, raça ou religião, a benevolência e o amor ao próximo motivaram essas mulheres, que conseguiram superar decretos e leis dos opressores de plantão.

A ABERTURA DO MAR VERMELHO

Há momentos na vida em que os problemas parecem intransponíveis.  Para Cabalá, nada é impossível quando olhamos para a realidade pela ótica espiritual, mesmo os eventos que nos parecem totalmente improváveis.

Entretanto, para nos conectarmos com a Luz é preciso dar o primeiro passo. Não há qualquer “intervenção superior”, sem interação humana. O homem tem que agir em conexão com sua Luz interior, para ser bem sucedido e ultrapassar os desafios em seu caminho.

Crie uma pequena abertura e a Luz Infinita irá fluir através dela.

CONTAGEM DO ÔMER

Na segunda noite de Pêssach (06/04/23) começa o período do Ômer, Sefirá HaÔmer refere-se à contagem dos 49 dias ou sete semanas, entre Pêssach (saída do Egito) e Shavuot (recebimento da Torá).

“Contareis para vós desde o dia seguinte ao primeiro dia festivo, desde o dia em que tiverdes trazido o ômer da movimentacão; sete semanas completas serão” (Sêfer Vayicrá  23:15)

A Cabalá explica que cada um de nós possui sete poderes no coração, as virtudes relativas as sete sefirot da Árvore da Vida. Cada um dos sete poderes inclui elementos de todos os sete e correspondem aos 49 dias da contagem do Ômer.

Cada semana representa uma Sefirá diferente na Árvore da Vida, começando por Chessed e terminando com Malchut. O exercício diário de reflexão sobre as virtudes da Árvore da Vida, é o caminho de religação que a consciência humana precisa percorrer para se aproximar novamente de sua origem divina. 

Chag Pêssach Sameach!


“Em Pêssach nós quebramos as amarras da alma e acabamos com o caos. Amanhã, depende de nós continuar o trabalho de manter uma consciência espiritual mais elevada”

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