Na lua nova de Libra iniciamos o mês de Tishrei. O rosh chodesh desse mês é conhecido como Rosh haShaná, a cabeça do ano.
Permutando a palavra Tishrei temos a palavra reshit que significa começo. Rosh Hashaná, comemorado no primeiro e segundo dias do mês de Tishrei, é diferente de todas as outras festividades do calendário cabalista, celebrando um evento universal: a criação do primeiro homem e da primeira mulher – como o ser humano é o protagonista da história do universo, sua criação foi o que determinou o primeiro dia do mundo.
Tishrei é um mês repleto de festividades. Cada festa ou “data sagrada” é uma fenda no tempo que nos permite o acesso a uma dimensão mais elevada. O primeiro dia do mês celebra Rosh Hashaná, o Ano Novo, e o décimo, Yom Kipur, o Dia do Perdão. Cinco dias depois de Yom Kipur iniciam-se os sete dias da festa de Sucot, imediatamente seguida por Shemini Atzeret, que é celebrado durante dois dias, sendo o segundo dia a festa de Simchá Torá.
Rosh Hashaná é uma abertura cósmica no calendário cabalista que acontece no primeiro e segundo dias do mês de Tishrei. É conhecido como o “Ano Novo”, mas na verdade, ocorre no sétimo mês da roda astrológica. É considerado a “semente do ano”.
Segundo a Tradição Cabalista, os primeiros seis meses do ano são o período em que plantamos as “sementes”. Essas sementes são nossos pensamentos, palavras e ações. A segunda metade do ano é o tempo da colheita e Rosh Hashaná é o intervalo de dois dias entre esses dois momentos, uma pausa que nos permite conectar com a Luz do Criador no nível de semente.
O fato de Rosh Hashaná marcar o aniversário da Criação faz dessa data o “Dia do Julgamento”. Qualquer plano deve ser avaliado para ver o seu andamento, se atingiu seus objetivos e propósitos.
“Logo após, criarei uma balança (Libra), para que então os feitos do homem sejam mensurados como em uma balança”.
(Pessiktá Rabá, em a Criação das Constelações)
O fato de Rosh Hashaná marcar o aniversário da Criação é exatamente a razão que faz dessa data o Dia do Julgamento, momento onde toda energia de causa e efeito é definida. Como Rosh Hashaná foi o primeiro dia em que um ser com um propósito determinado passou a fazer parte deste mundo que conhecemos, esse é o dia para esta avaliação anual. Todo plano deve ser avaliado, de tempos em tempos, para ver o seu andamento, se atingiu seus objetivos e propósitos. Este é um momento adequado para uma pausa e reflexão, já que a autocrítica é fundamental no processo de transformação. Devemos avaliar se realizamos nossos propósitos de crescimento e aperfeiçoamento pessoal e traçar metas e estratégias para este desenvolvimento no próximo ano.
O julgamento ao qual somos submetidos em Tishrei leva em conta a nossa consciência mais elevada, o potencial mais luminoso que podemos concretizar no próximo ano. Quando assumimos a responsabilidade de combater a inclinação negativa de forma proativa, nos conectamos com a energia de misericórdia da Luz, que vai nos ajudar no processo.
Yom Kipur é conhecido como “o dia do perdão”. É um momento de contração, no qual podemos atrair uma grande energia de misericórdia para nossa vida e para humanidade. Misericórdia é um afastamento entre causa e efeito para que possamos fazer as correções necessárias. Quanto mais plenamente demonstrarmos nosso desejo de compartilhar, mais plenamente a energia doadora do Criador se revelará. Existem algumas restrições específicas de Yom Kipur.
Na lua cheia entramos em Sucot, a festa das cabanas. Sucot guarda o mistério da “Providência” da Luz, constantemente presente em nossas vidas. O oitavo é o dia de Simchat Torá, que celebra um novo ciclo de estudo da Torá.
O mês de Tishrei é regido pelo planeta Vênus e pela constelação de Libra. Lamed é a letra que mais se eleva (ultrapassa a linha da escrita) e corresponde a Libra. Ela implica em uma meta para qual devemos ir. A Torá termina por um Lamed – o entendimento das leis metafísicas que regem o Universo possibilita uma expansão de consciência e a elevação espiritual.
A letra Pê corresponde a Vênus. A Luz de Vênus parece tornar as coisas iguais (Luz e sombra) e pode gerar dúvida e indecisão. Decidir e julgar é algo difícil para librianos.
Este planeta representa o feminino, a beleza, a harmonia, o amor em suas diversas expressões. Existe uma letra Bet a dentro da letra Pê. A energia masculina é representada pelo Bet (Saturno) que penetra (fecunda) a energia feminina representada pelo Pê (Vênus). O feminino representa à capacidade de receber e o masculino a força doadora. Esta letra desperta o equilíbrio entre as duas forças.
Como todo signo do ar, Libra valoriza a comunicação, os relacionamentos e o entendimento entre as pessoas. Libra é o signo do equilíbrio e da justiça, procurando resolver os antagonismos por meios pacíficos. A luta do libriano deve visar o bem estar do outro.
Que a humanidade possa vivenciar o processo de evolução sem dor, sem sofrimento, com plenitude e satisfação.
Um ano bom e doce para todos.
Cristina Torres
MEDITAÇÃO DAS LETRAS DO MÊS DE
TISHREI – LIBRA
TISHREI – LIBRA