Shoftim, o nome da Parashá desta semana, significa “Juízes”.
Nesta porção é ordenado que sejam designados juízes “sobre todos os seus portões” e os juízes são ordenados a julgar o povo com justiça, não se deixando influenciar por pressões internas ou externas.
Moisés explica as funções dos reis e sacerdotes (direitos e obrigações) e fala sobre o tema da profecia e da proibição de se recorrer a feiticeiros.
Moisés também repassa a conexão sobre as cidades de refúgio, a importância de se preservar os limites das propriedades e a validade de uma testemunha.
Outra abordagem especial desta porção é a proibição de cortar as árvores frutíferas ao redor de uma cidade sitiada.
“Juízes e policiais designarás para ti em cada uma de suas tribos, em todos os TEUS PORTÕES que o Eterno teu Deus, te dá, e julgarão o povo com reto juízo” (Devarim 16:18)
A Parashá Shoftim é sempre lida um pouco antes de Rosh HaShaná (Ano Novo), dando-nos tempo suficiente para que nosso juiz interno possa fazer uma reflexão sobre as transformações necessárias para o nosso aperfeiçoamento pessoal.
Rosh HaShaná marca o aniversário da Criação e faz dessa data o “Dia do Julgamento”. O momento no qual se estabelece a energia de causa e efeito para o próximo ano.
Os juízes representam o discernimento (Biná), a reflexão sobre como trabalhar nossas inclinações e os policiais, por sua vez, correspondem às ações que garantem o cumprimento de nossas intenções.
- O que desejo superar, desenvolver, refinar e conquistar?
- O que fazer para concretizar minhas intenções?
- Procure analisar seus atributos positivos e negativos, crenças limitantes, valores pessoais, inseguranças, memórias, temores e outros fatores que moldam sua personalidade.
No momento em que você faz corretamente este trabalho, analisando, inclusive, os desdobramentos de suas ações, é possível reviver o momento dentro de uma nova perspectiva, onde você busca qual seria a atitude mais adequada em cada situação.
Para Cabalá, através da autoanálise vamos decidir o que precisa ser melhorado (juízes), mas é preciso colocar na prática (ação) através da nossa capacidade de transformação e da perseverança.
Observe que os juízes e policiais são “para ti” para cuidar de “teus portões”.O julgamento (sem culpa) deve ser um exercício interno e cabe a cada um cuidar de seus próprios portões.
Elul é um mês de refúgio e reflexão, um momento no qual cada pessoa pode aprender com o passado, retificar o presente para construir um futuro diferente (retificado).
Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida!
Cristina Torres