Na Parashá de Nitsavim, no seu último dia de vida, Moisés reúne todo o povo, para iniciá-los na eterna aliança entre Criador e a Criação. O pacto não inclui somente aqueles que estão presentes, mas também as gerações futuras.
Moisés alerta ao povo, mais uma vez, para evitarem a idolatria e descreve a desolação da Terra de Israel que resultará do não cumprimento dos ensinamentos da Torá. Ele diz ao povo para não temer serem incapazes de seguir os ensinamentos da Torá, assegurando-lhes que os valores da sabedoria espiritual não são distantes ou inacessíveis, mas estão ao alcance de qualquer pessoa. A porção termina com uma súplica para o povo escolher a Torá e a vida.
A Parashá Vaielech inicia com Moisés caminhando pelo acampamento, no último dia de sua vida, para despedir-se de seu povo. Em seguida, D’us dirige-se a Moisés e a Josué (que receberá a missão da liderança) na Tenda da Assinação, ordenando-lhes copiar a Torá e continuar ensinando-a ao povo de Israel. A porção conclui com a preocupação de Moisés de que o povo possa desviar-se da Torá após sua morte, gerando “punições”.
Em Nitsavim a Torá enfatiza um tema, repetindo uma palavra-chave sete vezes. A palavra “hoje” é repetida sete vezes no capítulo 29:9-28 e curiosamente, o capítulo 30 também tem a palavra “hoje” repetida sete vezes. Era o último dia da vida de Moisés e foi um dia no qual o pacto com a Luz foi renovado. Apesar da ênfase no hoje, mesmo “aqueles que não estão aqui hoje”, foram incluídos no pacto.
Segundo a Cabalá, se vivemos num mundo de causa e efeito, as escolhas de “hoje” tem as sementes do futuro. É através da nossa ação no momento presente que vamos influenciar, com maior ou menor intensidade, o futuro, mesmo “daqueles que não estão aqui hoje”. Algumas ações apenas aceleram tendências e outras têm o poder de alterar completamente o destino de toda a rede universal. No momento presente está a conexão com o passado e futuro.
A ação nos permite entrar em contato com o momento (tempo) e consequentemente com o tikun. Todos nós temos um tikun, o ponto de correção que traz à luz as limitações que ficaram mal resolvidas dentro de nós ao longo dos tempos. O tikun representa as transformações que precisamos fazer para criar nosso destino. O conceito de tikun está, portanto, associado ao Plano da Ação e ao momento presente. Podemos tomar consciência e planejar como fazer as correções que precisamos, mas inúmeras vezes, quando surge a oportunidade, não conseguimos colocar na prática aquilo que planejamos. Sem foco no momento presente e sem um trabalho espiritual sério durante nossa encarnação atual, vamos retornar ao mesmo processo e enfrentaremos novamente os mesmos desafios.
“Sheticatev Vetechatem Bessefer Chaim Tovim”
(Que sejamos inscritos e selados no Livro da Vida).
UMA ÓTIMA SEMANA PARA TODOS.
CRISTINA TORRES