35ª PARASHÁ DE SHELACH LECHÁ

PONTOS RELEVANTES DA PARASHÁ

Shelach Lecha começa com Moisés enviando os doze chefes das tribos para espiarem a terra de Israel, examiná-la e se prepararem para entrar nela. 

Quando os “espiões” retornaram, apresentaram-se perante o povo de Israel e reconheceram que se tratava de uma terra que emanava leite e mel, com grandes frutos. Observaram também a existência de grandes cidades muito fortificadas e relataram que os seus habitantes eram muito fortes e poderosos (gigantes), e que seria impossível conquistar a terra de Canaã. 

As palavras deles espalharam o medo nas pessoas e recusando-se a dar ouvidos ao relatório positivo de Calev e Josué, a nação inteira chora e reclama por toda uma noite.

O povo de Israel é ameaçado de extermínio, e Moisés suplica ao Criador, com sucesso, para que não sejam totalmente aniquilados.

A porção termina com a instrução para continuarem mais quarenta anos no deserto e termina com o terceiro parágrafo da prece do Shema Israel.

REFLEXÃO

Esta é a famosa Parashá que fala sobre os espiões que são enviados para a “terra prometida” para explorá-la e dar informações sobre suas condições: ver como é, o que tem, quem vive lá.

Os espiões são um código para os órgãos dos sentidos. Quando a nossa visão do mundo é baseada apenas nestes “espiões” a realidade toma a forma da interpretação subjetiva que desejamos lhe dar.

É muito comum olharmos para as situações de forma fragmentada e tiramos conclusões errôneas baseadas nas nossas percepções e interesses.

Cada espião tinha a possibilidade de ver o que estava diante deles, mas, cada um era diferente – sentia diferente, pensava diferente, o que significa que cada um vai ver de uma forma diferente. Nossas emoções e crenças ditam a maneira pela qual nos relacionamos com os estímulos externos, e que tipo de valor ou significado lhes atribuímos.

“O otimista vê a rosa e não seus espinhos; o pessimista contempla os espinhos, sem perceber a rosa.“ Khalil Gibran

 É interessante observar que a realidade da rosa e dos espinhos é a mesma. O olhar do observador faz toda a diferença.

MEDO DA MUDANÇA

Shelach Lecha mostra a ansiedade que o povo tinha de saber o que os aguardava pela frente. Mesmo presenciando os inúmeros milagres no deserto, os sentimentos de dúvida, falta de confiança, ansiedade e o medo da mudança eram predominantes naquele momento.

Apenas porque nas suas mentes eles não acreditavam ser possível ter sucesso em conquistar a Terra Prometida, isto não significava que não era realmente possível. Nada é impossível quando olhamos para a realidade pela ótica espiritual, mesmo nos casos em que, aparentemente, todas as chances estão contra nós. 

Outro aspecto importante desta porção diz respeito ao medo da mudança. O ser humano gosta da “zona de conforto”. O povo não queria abrir mão dos milagres do deserto. Não queriam assumir a responsabilidade de colocar na prática os conhecimentos e a consciência adquirida após a saída do Egito. 

A conexão do próximo Shabat fortalece nossa capacidade de transformação para que possamos realizar a missão da nossa alma (tikun/correção).

Uma semana iluminada para todos.

 Cristina Torres

 

 

 
 
 
 

 

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