O mês de Cheshvan, também conhecido como Mar Cheshvan, é associado ao signo de Escorpião e ao dilúvio, um evento que ficou registrado na memória coletiva de toda a humanidade como um momento de destruição do mundo.
Entretanto, para Cabalá, o dilúvio ocorreu como resultado (causa/efeito) dos padrões negativos presentes no mundo, com o propósito de dar ao ser humano a oportunidade de um novo começo com mais consciência da realidade Divina – o remédio amargo que cura.
Cheshvan é um mês que não possui dias festivos, mas o rosh chodesh é muito positivo, tem uma poderosa energia de purificação, de cura.
O DESAFIO DO EQUILÍBRIO
Escorpião é conhecido por ser um signo muito intenso, sua característica é tender aos extremos – com Escorpião é tudo ou nada. Durante o mês de Cheshvan, é importante evitar o extremismo, o oito ou oitenta, e se esforçar para conectar com o equilibro e manifestar o potencial positivo do momento.
É ligado ao elemento água, à nossa vida emocional e à intuição.
O mês de Cheshvan é um período no qual os pensamentos e as decisões são submetidos à esfera emocional e sujeitos a reações inesperadas. Se conseguirmos desenvolver o equilíbrio, podemos manifestar o potencial positivo do momento.
Cheshvan está fortemente ligado com preocupação, medo e ansiedade. Quando conseguimos superar esse medo e ansiedade podemos inverter as letras do Mar (amargo) e transformar em Ram, que significa elevado. Esse é o potencial de Cheshvan. Ele pode ser amargo ou elevado, dependendo de como você lida com a energia.
AS LETRAS DO MÊS
O signo de Escorpião é regido por Marte e Plutão, dois planetas fortes.
Marte corresponde a letra Dalet no alfabeto hebraico, o planeta da guerra e dos confrontos, mas também da força motivadora que nos leva a lutar pela vida, por um ideal ou para superar nossa inclinação negativa.
Dalet permite a concentração do pensamento e da vontade para superação de qualquer obstáculo.
A influência de Plutão manifesta o poder autoritário, manipulador e controlador. É um momento em que podemos não querer abrir mão do controle e acabamos impedindo o “fluir” dos acontecimentos.
O poder de descer à escuridão do mundo para elevá-lo e transformá-lo é representado pela letra Nun (correspondente a constelação de Escorpião).
Esta letra tem duas formas: o Nun curvado representa a queda, que significa deixar a má inclinação dominar, e o Nun reto (sofit) que simboliza alguém que se elevou novamente.
O valor numérico da letra Nun é cinquenta. Cinquenta, na Torá, é o ano do jubileu, ligado ao conceito de “liberdade” – romper com a escravidão para nos levar ao caminho da revelação.
Nun evoca a Libertação das inclinações negativas que traz a capacidade de transcender os obstáculos do mundo físico.
As duas letras do mês formam a palavra Din que significa julgamento, ou Dan um dos filhos de Yacov, cuja tribo acampava ao Norte, simbolizando o frio, a severidade, o julgamento. Aqui aparece o lado julgador de Escorpião, que tem uma grande habilidade de perceber o ponto fraco dos outros e tornar-se uma pessoa manipuladora.
A MATRIARCA RACHEL
No dia 11 de Cheshvan comemoramos o aniversário de morte de Rachel (Hilulá), a matriarca que representa o poder interior da alma para despertar a energia do amor incondicional, a misericórdia do Mundo Infinito.
Rachel é considerada pelos cabalistas como a mãe do mundo, e seu maior desejo é defender seus filhos.
Todo ano, em sua Hilulá, temos acesso à energia de Rachel e podemos nos conectar com o seu poder de compaixão e misericórdia, atraindo toda proteção que necessitamos para que as forças negativas não penetrem em nossas vidas.
MEDITAÇÃO DAS LETRAS DE CHESHVAN – ESCORPIÃO
CHODESH TOV!
Cristina Torres